domingo, janeiro 25, 2009

Caminho


Posso correr muito, corro porque amo a estrada e o caminho, corro porque gosto dos encontros que o caminho me traz, corro porque sem o caminho seria o vazio…
Ergo os olhos e pergunto-me onde é o fim… disparate! O caminho não tem fim, tem apenas mais caminho a seguir a cada curva!
Todos me dizem que o caminho se faz melhor acompanhado, e eu tentei… tentei caminhar ao lado, atrás e á frente de alguém… nunca resultou! A minha passada não é regular, o meu ritmo nunca bate certo com o de quem me acompanha. A companhia que devia ser encorajadora e motivo de ânimo, acaba sempre por se tornar pesada, o que devia ser uma alegria torna-se uma obrigação, não sirvo para fretes! Desisto!
Não, não desisto de caminhar, desisto de tentar ir acompanhado. Eu levo o meu ritmo e o meu passo, vens ao lado? Óptimo! Mas olha que eu não corro nem espero por ninguém! Sim mandei as convenções as favas! A sociedade inventou este molde, e disse que o caminho era como uma corrida de três pernas… a mim não serve! Sim, tenho a mania que sou solitário, não escolhi ser assim, nasci assim! Enquanto vieres ao meu lado conta comigo, bebes da minha água, e apoias-te no meu cajado. Mas já te digo, não te esforces por estar ao meu lado, tenho dias em que a genica me manda correr como um doido (que sou!) e outros em que me doem as pernas e só quero estar sentado. Enquanto o meu caminho for o teu e enquanto os passos forem os mesmos, estou ao teu lado! Quando algo mudar e um de nós tiver de ficar para trás… fica com a certeza que com as variações do caminho, nos vamos voltar a encontrar, fica também com a certeza que te quero bem e como tal nada vou fazer para te magoar!


Banda sonora: Ornatos Violeta - Capitão Romance

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Pó de arroz




Um dia cheio de pares, chegaste muito bem acompanhada, eu… estava sozinho. Percebi imediatamente o brilho dos teus olhos, assim como percebi que o teu sorriso era franco e simples e que só não o conquistava, quem não queria. Quando sorrimos um para o outro, percebi a imensidão de quilómetros que tínhamos á nossa frente… tentaste abalroar-me, e eu fugi de ti, fugi de ti deliciado e a rir cheio de uma felicidade pura, encantado com tal personagem. No meio de uma multidão, jogamos á macaca, dançamos no mundo vestidos de heroína e de cozinheiro, festejamos as alegrias dos nossos amigos e choramos ao vê-los partir, olhamos o futuro nas crianças que nasciam, sempre no meio da multidão. Um sms enganado e um olhar para as evidencias… um brilho que brilha mais forte! Um casaco esquecido e pontes para atravessar, um blog, as linhas de vida trocadas, um gigler e a alegoria da caverna… um sms acertado, cafeína… sorrisos e palavras, deixamos a multidão. Encontramos um caminho e corremos lado a lado, a certo ponto, fizemos um tratado de bem-querer e demos as mãos, um sofá verdadeiro, chá e um abraço, arriscamos… sim porque eu também arrisquei… entrei no teu mundo, abracei o teu calor e o teu sorriso, tive a sorte de entrar na tua intimidade, e o privilégio de te conhecer de perto. Mas um dia… depois de uma semana terrível, e perante um “temos de falar…” descobri que afinal o meu casaco não fazia pendant com a decoração de tua casa e que as borboletas estavam só do meu lado, baralho e volto a dar! Não adianta, o sofá da verdade permite apenas isso, a verdade! E a verdade é que o caminho é como é, seja cada um para seu lado, seja um ao lado do outro, seja como for, a verdade é que não temos um botão para controlar as emoções, nem eu nem tu. Continuo o caminho, ao teu lado, ou longe de ti, à tua espera, simplesmente à espera, ou mesmo sem esperar. Continuo o caminho, e sorrio cheio de orgulho por me ter sido dado o privilégio de conhecer essa intimidade, e por ter o prazer de te guardar aqui do lado esquerdo!


Banda Sonora: Aceito uma sugestão!