domingo, dezembro 06, 2009



Toma-me nos teus braços e leva-me a sonhar! Leva-me de volta ao mundo, embrulhado no teu lençol e apoiado no teu peito! Deixa-me poisar a cabeça no teu regaço fechar os olhos e navegar à deriva no mar de tranquilidade, que é o teu amor! Deixa o meu corpo vaguear pelas ondas do teu mar mas nunca deixes de ser a minha âncora! Da-me a tua mão e deixa-me entrar no teu mundo de mão dada contigo. Leva-me no teu caminho que eu levo-te no meu colo! Vamos, vamos enfrentar o caminho, não sei onde vai ter, e não quero mesmo saber! Sei que vamos juntos e só isso importa!

sábado, setembro 19, 2009

Palavras


Pegar na caneta, ou no teclado, para te escrever é antes de mais o assumir de algumas fragilidades!
Ao escrever posso pensar e repensar cada palavra e cada frase, estudar cada ângulo de interpretação possível, voltar atrás, reorganizar ideias e no final se o resultado não agradar (e são tantas as vezes em que isso acontece) posso simplesmente rasgar e deitar fora! Mais! Ao escrever não tenho que lutar contra o teu sorriso que teima em me embriegar de felicidade, nem contra o brilho dos teus olhos, que teimam em encandear as coisas que eu tenho para te contar. Falar-te é complicado... eu abro a boca para falar e perco-me na luz do teu sorriso, no brilho dos teus olhos, na cor do teu cabelo e no calor da tua alma! Perco me na vontade de nunca mais me achar, de me deixar estar uma eternidade... toda a eternidade! Perdido, abandonado em ti! deixar me estar nesse estado de felicidade que me completa!
Por isso amor, deixa-me que te escreva o quanto gosto de ti e te amo!e permite-me que na tua presença me aconchegue no teu colo e seja imensamente feliz!

Banda sonora:Ainda por descobrir

terça-feira, setembro 08, 2009

Usa-me!





Usa-me! Quando tu me usas, sinto-me o mais deplorável ser á face da terra... de pouco me importa! Pois quando me usas estas perto de mim e reconheces a minha existência! Usa me que antes me quero usado por ti do que esquecido pelo mundo! Usa o meu corpo e cospe na minha alma! deixa me reduzido ao mais insignificante e abjecto monte de esterco! Usa a minha alma e pisa o meu corpo!
Manda me embora mas amarra-me junto a ti!
Liberta-me! Mas não me deixes partir!
Não quero ser um peso morto... mas não consigo deixar-te!
Larga-me numa valeta... mas não deixes de voltar a passar para me buscar como é teu habito!
Bate-me e insulta-me... mas toca-me! Não deixes de me tocar!
Insulta-me! Afinal é a única forma que conheces de me falares!
Deixa-me falar contigo!
Nem que seja para depois me chamares de Asno! Afinal Asno é o que eu sou por estar aqui a implorar por os teus maus tratos! Já me sangram os flancos marcados pelo compasso ritmado dos teus pontapés... ou devo dizer coices? São bestiais com certeza... um ser humano não trata assim um cão... quanto mais um ente querido...
Não me acuses mais de ter mau hálito que a podridão das minhas entranhas é fruto da tua violência física... e a falta de animo para me curar resulta da violência emocional com que tu me tratas...
estou farto!
Larga-me
Nunca mais me Usas!



Banda sonora: "Se me Amas" Xutos & Pontapés

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Gaivotas




Só! Paro a olhar o mar abandonado ao sol de inverno, deixo os músculos relaxar e embalo nos braços do ócio! Desligo me de tudo, sintonizo apenas o troar das ondas, deixo os olhos vaguear no azul do céu, no branco das nuvens, numa gaivota que passa a voar. Sem dar por isso, dou por mim a inveja-la. Invejo a graça com que se move, invejo a elegância com que vence a gravidade e se eleva no azul do céu! Acima de tudo invejo as asas que lhe permitem partir em direcção ao infinito! Quem me dera poder quebrar as fronteiras do espaço e do tempo e em segundos esquartejar a distancia que nos separa. Quem me dera, suave e graciosamente, poisar ao teu lado. Quem me dera largar a caneta e segredar te ao ouvido que invejo a gaivota e as asas da gaivota e a liberdade que ela tem para poisar ao teu lado e encontrar o teu olhar!

Banda sonora: Cristina Branco - "O Meu Amor"

domingo, janeiro 25, 2009

Caminho


Posso correr muito, corro porque amo a estrada e o caminho, corro porque gosto dos encontros que o caminho me traz, corro porque sem o caminho seria o vazio…
Ergo os olhos e pergunto-me onde é o fim… disparate! O caminho não tem fim, tem apenas mais caminho a seguir a cada curva!
Todos me dizem que o caminho se faz melhor acompanhado, e eu tentei… tentei caminhar ao lado, atrás e á frente de alguém… nunca resultou! A minha passada não é regular, o meu ritmo nunca bate certo com o de quem me acompanha. A companhia que devia ser encorajadora e motivo de ânimo, acaba sempre por se tornar pesada, o que devia ser uma alegria torna-se uma obrigação, não sirvo para fretes! Desisto!
Não, não desisto de caminhar, desisto de tentar ir acompanhado. Eu levo o meu ritmo e o meu passo, vens ao lado? Óptimo! Mas olha que eu não corro nem espero por ninguém! Sim mandei as convenções as favas! A sociedade inventou este molde, e disse que o caminho era como uma corrida de três pernas… a mim não serve! Sim, tenho a mania que sou solitário, não escolhi ser assim, nasci assim! Enquanto vieres ao meu lado conta comigo, bebes da minha água, e apoias-te no meu cajado. Mas já te digo, não te esforces por estar ao meu lado, tenho dias em que a genica me manda correr como um doido (que sou!) e outros em que me doem as pernas e só quero estar sentado. Enquanto o meu caminho for o teu e enquanto os passos forem os mesmos, estou ao teu lado! Quando algo mudar e um de nós tiver de ficar para trás… fica com a certeza que com as variações do caminho, nos vamos voltar a encontrar, fica também com a certeza que te quero bem e como tal nada vou fazer para te magoar!


Banda sonora: Ornatos Violeta - Capitão Romance

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Pó de arroz




Um dia cheio de pares, chegaste muito bem acompanhada, eu… estava sozinho. Percebi imediatamente o brilho dos teus olhos, assim como percebi que o teu sorriso era franco e simples e que só não o conquistava, quem não queria. Quando sorrimos um para o outro, percebi a imensidão de quilómetros que tínhamos á nossa frente… tentaste abalroar-me, e eu fugi de ti, fugi de ti deliciado e a rir cheio de uma felicidade pura, encantado com tal personagem. No meio de uma multidão, jogamos á macaca, dançamos no mundo vestidos de heroína e de cozinheiro, festejamos as alegrias dos nossos amigos e choramos ao vê-los partir, olhamos o futuro nas crianças que nasciam, sempre no meio da multidão. Um sms enganado e um olhar para as evidencias… um brilho que brilha mais forte! Um casaco esquecido e pontes para atravessar, um blog, as linhas de vida trocadas, um gigler e a alegoria da caverna… um sms acertado, cafeína… sorrisos e palavras, deixamos a multidão. Encontramos um caminho e corremos lado a lado, a certo ponto, fizemos um tratado de bem-querer e demos as mãos, um sofá verdadeiro, chá e um abraço, arriscamos… sim porque eu também arrisquei… entrei no teu mundo, abracei o teu calor e o teu sorriso, tive a sorte de entrar na tua intimidade, e o privilégio de te conhecer de perto. Mas um dia… depois de uma semana terrível, e perante um “temos de falar…” descobri que afinal o meu casaco não fazia pendant com a decoração de tua casa e que as borboletas estavam só do meu lado, baralho e volto a dar! Não adianta, o sofá da verdade permite apenas isso, a verdade! E a verdade é que o caminho é como é, seja cada um para seu lado, seja um ao lado do outro, seja como for, a verdade é que não temos um botão para controlar as emoções, nem eu nem tu. Continuo o caminho, ao teu lado, ou longe de ti, à tua espera, simplesmente à espera, ou mesmo sem esperar. Continuo o caminho, e sorrio cheio de orgulho por me ter sido dado o privilégio de conhecer essa intimidade, e por ter o prazer de te guardar aqui do lado esquerdo!


Banda Sonora: Aceito uma sugestão!